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A Influência das Fábulas de Esopo na Pedagogia
A Influência das Fábulas de Esopo na Pedagogia

 

     

Despertar o interesse da criança para o aprendizado; Lidar com a diversidade em sala de aula; é desafio diário enfrentado pelos professores.

Conhecer o valor pedagógico e didático das fábulas e sua utilização na formação de valores nas crianças de séries iniciais do ensino fundamental, é uma alternativa apresentada neste trabalho no auxílio da prática pedagógica. Assim sendo, pretende-se apresentar, alguns esclarecimentos sobre Fábulas, como surgiram, principais autores, e como a utilização da mesma pode ser eficaz no processo ensino e aprendizagem.

Lidar com os conteúdos das diferentes áreas, com o mundo da informação, do conhecimento e da literatura é exigência que induz a repensar a escola e sua função. A grande necessidade de dinamizar o processo de aprendizagem nas escolas de ensino público fundamental de séries iniciais levou ao estudo sobre a relação da criança com a literatura, tendo em vista também ser da escola a responsabilidade de formar cidadãos ativos e conscientes que possam atuar produtivamente dentro da sociedade moderna.

Neste sentido o estudo sobre a importância das fábulas como recurso didático para a formação de valores nas crianças enfatiza a valorização da transmissão, construção e reconstrução de conhecimentos, formação de atitudes e valores, através do processo ensino e aprendizagem de uma maneira significativa e prazerosa.

Ao se questionar sobre a formação do caráter e da conduta das crianças na sala de aula, percebe-se que há a necessidade de se inserir a literatura na formação intelectual e moral dos educandos; sendo do gênero textual, as fábulas poderão ser utilizada como alternativa metodológica que permite esclarecer de forma agradável "uma verdade" a fim de ensinar virtudes aos alunos pois, desde a antiguidade, a moral implícita nas fábulas tem contribuído para o desenvolvimento da criança, além de esta ser um recurso de entretenimento capaz de trabalhar a formação de valores dentro e fora da escola.

 

7. 1 BREVE HISTÓRICO:

 

 

Fábula vem do Latm fari que significa falar e do grego phaó, que é o mesmo que dizer, contar algo. NELLY COELHO (2000, p.165) a define como a narrativa de uma situação vivida por animais que alude a uma situação humana e tem por objetivo transmitir certa moralidade. "Fábula é uma narração alegórica, quase sempre em versos, cujos personagens são, geralmente, animais, e que encerra em uma lição de caráter mitológico, ficcção, mentira, enredo de poemas, romance ou drama. Contém afirmações de fatos imaginários sem intenção deliberada de enganar, mas, sim, de promover uma crença na realidade dos acontecimentos." (BARSA, 2001, p. 178).

Ao que parece, a fábula é uma narração em prosa e destinada a dar relevo a uma idéia abstrata, permitindo, dessa forma, apresentar, sob forma agradável, uma verdade que, de outra forma, se tornaria árida, ou muito difícil l de ser assimilada. Por isso, o ensino moral, que é o fim, e o meio, deve entrar na composição de uma fábula, numa justa proporção.

Afinal, é uma estória com estrutura em verso que conclui uma lição de vida capaz de contribuir para a formação de valores morais da criança já que ela é usada como diversão e entretenimento a qual ajudará a criança a manter uma vinculação efetiva com sua família e com o aprendizado em geral, pois é uma maneira prazerosa de desenvolver sua capacidade intelectual nas primeiras séries da educação básica pelo ato de ouvir e contar estórias. Dessa forma, ouvindo estórias, a criança familiariza-se com virtudes e defeitos do caráter do homem, muitas vezes, personificado por animais que assumem características dos seres humanos. O espírito da fábula é realista e irônico, possuindo variedade de temas como: a vitória da bondade sobre a astúcia; da inteligência sobre a força; a derrota dos presunçosos, sabichões e orgulhosos. No Brasil, a Fábula teve início com Monteiro Lobato que utilizou a estória de forma inteligente e educativa num conjunto de sensibilidade, ingenuidade, humildade, amor, obediência e outros atributos que o bom caráter de uma criança, e, é no Sitio do Pica-Pau Amarelo onde se desenvolvem os personagens de cada estória que Monteiro Lobato reescreveu inspirado nas fábulas de Esopo e La Fontaine, as quais ressurgem com um saber todo especial: são comentados o tempo todo, e até criticadas através de "Emilia" que diz tudo o que pensa. Em resumo, a fábula antes de ser um gênero literário, passou na boca do povo, com o objetivo de entreter e aconselhar, engrandecendo o folclore de cada região, o que é acima de tudo cultura. (ARRUDA. Soraya da Silva, O uso das fábulas no processo de ensino e aprendizagem no ensino fundamental. administradores.com.br. 2010)

 

A Práxis , diversão e  pedagogia é o grande foco da Fábula , pois ela ensina e  estimula os alunos através do comportamento irônico , engraçado , estupido e frágil dos personagens animais bons e maus das fabulas, fazendo com elas reconheçam suas assimilidades e diferencialidades com a vida real, os personagens são animais para que as crianças possam ver as características instintivas e racionais de lobos, corujas, cordeiros , formigas e cigarras , Os animais  das  fábulas ao mesmo tempo que ruivam, rosnam, ruam etc , são verozes com dentes pontiagudos e patas com garras afiadas e  não vestem roupas como os animais reais, mas eles possuem também características morais e éticas humanas, como ser egoísta, cruel, perverso, ladrão , assassino, corajoso, leal , amoroso, romântico, preguiçoso , trabalhador, arrozeiro etc. 

 

 7.2 LIÇÕES DAS TEORIAS SÓCIO-CONSTRUTIVISTAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Ao cita Construtivismo, MATUI (195, p. 32 ) o definiu como sendo "um sistema de epistemologia que fundamenta a construção da mente e do conhecimento sobre saberes anteriores". Considerando tal afirmação, entende-se que o conhecimento não é algo situado fora do indivíduo, a ser adquirido por meio da cópia do real, tampouco algo que o indivíduo constrói independente da realidade exterior, dos demais indivíduos e de suas próprias capacidades pessoais.

Para Vigotshi, o desenvolvimento é um processo que se dá de fora para dentro. É no processo de ensino e aprendizagem que ocorre a apropriação da cultura e o consequente desenvolvimento do individuo. (apud BOCK, 2002, p. 124). Nessa perspectiva, os alunos apresentam uma diversidade de conhecimentos prévios e cada qual possui um repertório distinto.

É a partir desses conhecimentos que se dá o contato com o novo conteúdo, atribuindo-lhe significado e sentido que são os fundamentos para a construção de novos significados. Com isso, a realidade torna-se conhecida quando se interage com ela, modificando-a física e/ou mentalmente. A interação permite interpretar a realidade, construir significados e, também, construir novas possibilidades de ação e de conhecimentos. Essas idéias, construídas e transformadas são expressões de inteligência, que é a capacidade do indivíduo de resolver problemas, estabelecer relações, para compreender e inventar. (FALCÂO, 1989, p.234).

Os alunos possuem conhecimentos prévios de mundo , já são contadas histórias orais e escritas por pais e avós , já são ensinadas a matemática utilizada na compra de supermercado , a química da receita de bolo e na bula de remédio etc... A escola só sistematiza os conhecimentos em Empírico, teológico, filosófico e cientifico , colocando as crianças em séries diferentes de acordo com a sua habilidade e competência ligadas as sua s idades psicológicas, sociológicas e cronológica.

Ambas histórias são importantes para desenvolver na criança o seu espírito individualista e cooperativista na sociedade , a diferença é que a família informar  crianças para  conviver moralmente em uma sociedade democrática , já escola forma cidadãos  que reflitam e critiquem os erros sociais seus e de outras pessoas  e valorizem as virtudes humanas em todos os meios sociais.

“A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela.” (FREIRE, 1982).

As crianças já são levadas a lerem e escreverem fábulas desde de cedo por seus pais e avós , que utilizam esta por que percebem a similidade dos caráteres morais e imorais, das causas e consequências boas ou ruins dos animais presentes na fábula que ao mesmo tempo diferencia por causa do fato do s animais latir, ruivar , mugir, andar sem roupas e semelhantes , valorizar a individualidade , cooperativismo, a vaidade, humildade, coragem, desprezo , ousadia e solidariedade. A Fábula fazem com que a criança , que ao mesmo tempo em que encanta com personagens protagonistas e antagonistas com personalidades distintas, roteiros dependentes e independentes a drama, conflitos entre seres humanos e animais antropomorfos e finais surpreendentes.

A Pedagogia se envolve no mundo da Fábula , pois este estimula a criança  a reconhecer que há elementos similares a vida real, como caráter, conflitos e resolução destes, porém estimula os pequenos a reconhecer que a magia empregada neste texto é para incutir o julgamento dos valores morais presentes em toda realidade humana .

 

 7.3 A IMPORTÂNCIA DA FÁBULA NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM

O fato de a fábula ser um produto espontâneo do ser humano, ela constitui em si, uma alegoria que tem dupla finalidade: instruir e divertir. Tal finalidade encerra sempre uma grande filosofia e uma verdade moral,na qual, segundo a ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA ( 199, p. 2171) " o enredo é vivido entre animais, pessoas, personagens mitológicos deuses e outros seres imagináveis e não só com animais e/ ou seres inanimados (apólogos), como também não só representados por homens como é o caso da parábola, mas sim numa mistura de personagens a fim de não impor limites à alma do fabulista. Sendo a fábula um produto natural do ser humano, o professor poderá utilizá-la para desenvolver o senso crítico do educando, com a intenção de faze-lo refletir sobre as mensagens transmitidas.

A moral contida nas fábulas é uma mensagem animada e colorida. E, como se sabe, uma estória contém moral quando desperta valor positivo no homem. Acredita-se que a estória, ao ser imposta à criança com a finalidade puramente intuitiva, não permite que ela tenha interesse pela mensagem. (MACHADO, 1964, p.58).

A moralidade nas histórias como as fábulas é essencial, pois o mundo necessidade de normas para se organizar, e fábula faz o papel de criadora e executora de conteúdos interdisciplinares e extracurricular que facilitam a assimilação de todos os conhecimentos humanos , e com isso a criança percebe que como as fábulas , as organizações humanas criam regras através das quais , a família pune ou absorve os filhos segundo  os atos bons ou maus , as doutrinas religiosas que fazem conhecer a origem do bem e do mal , as causas e consequências boas ou ruins ao se cometer virtudes ou pecados e  nas normas cientificas quando fazemos experiências e trabalhos acadêmicos , individualidade e cooperativismo, a seriedade, rigor e ética ,desde a sua produção á sua apresentação. 

Para terem estórias moralizadoras, é preciso fazê-las com amor para que atinjam diretamente a alma do leitor, a sua imaginação, a sua sensibilidade, para que seja alcançada e sentida a beleza e, com ela, a moral implícita, e, neste âmbito, a estória fabulosa torna-se um excelente recurso, pois diverte, educa e instrui a criança naturalmente, despertando alegria e emoção nela, prendendo sua atenção e realizando suas finalidades educativas.(ARRUDA. Soraya da Silva, O uso das fábulas no processo de ensino e aprendizagem no ensino fundamental. administradores.com.br. 2010)

 

 

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