4. As Fábulas Originais de Esopo:
4.1A FORMIGA E A CIGARRA:
Em toda a bela estação uma formiga incansável tinha levado para sua casa as mais abundantes provisões: quando chegou o inverno, estava à farta. Uma cigarra, que todo o verão levara a cantar, achou‐se então na maior miséria. Quase a morrer de fome, veio esta, de mãos postas, suplicar à formiga lhe emprestasse um pouco do que lhe sobrava, prometendo pagar‐lhe com o juro que quisesse. A formiga não é de gênio emprestador; perguntou‐lhe, pois, o que fizera no verão que não se a precatara. "No verão, cantei, o calor não me deixou trabalhar. ‐ Cantastes! tornou a formiga; pois agora dançai." MORALIDADE. ‐ Trabalhemos para nos livrarmos do suplício da cigarra, e não aturarmos os motejos das formigas. ( ROCHA, Justiano José.2002. p.28 )
A Fábula de A Formiga e a Cigarra, não ensina a ninguém que os artistas são a ralé e os vagabundos da sociedade e a formiga os servidores públicos, os exímios trabalhadores desta sociedade. A fábula oralizada por Esopo a milhares de anos, ensina a arte de poupar versus a arte do ócio humano, note que o autor usa apenas um simbolismo das virtudes da formiga, trabalhadora e os vícios da cigarra, a vagabundice, o ócio musical. Esopo no entanto não fala dos defeitos da formiga perfeccionista e nem as virtudes da cigarra , alegrar a sua sociedade.
4.2 O CÃO E A CARNE:
Havia um cão atravessando um rio; levava na boca um bom pedaço de carne. No fundo da água viu a sombra da carne; era muito maior. Cobiçoso, soltou a que tinha na boca para agarrar na outra; por mais, porém, que mergulhasse, ficou logrado.MORALIDADE ‐ Nunca deixes o certo pelo duvidoso. De todas as fraquezas humanas, a cobiça é a mais comum, e é todavia a mais castigada. ( ROCHA, Justiano José.2002. p.4)
A Fábula ensina que devemos nos contentar e aperfeiçoar nossos dons e talentos , habilidades e competências humanas e não procurar algo que por fora é bela viola , que nos dá sentimento de posse e prazer e que por dentro é bolo bolorento, o resultado é catastrófico , é ruina de vida. Assim era o filé que o cão queria , por fora era um filé suculento e gostoso e no entanto por dentro era uma simples ilusão, ou seja no final por seu egoísmo ficara ele sem nada.
4.3 A LEBRE E A TARTARUGA:
"Condoo‐me de ti, dizia uma vez a lebre à tartaruga : obrigada a andar com a tua casa às costas, não podes passear, correr, brincar, e livrar‐te de teus inimigos. ‐ Guarda para ti a tua compaixão, disse a tartaruga : pesada como sou, e tu ligeira como te gabas de ser, apostemos que eu chego primeiro do que tu a qualquer meta que nos proponhamos a alcançar. ‐ Vá feito, disse a lebre : só pela graça aceito a aposta."Ajustada a meta, pôs‐se a tartaruga a caminho; a lebre que a via, pesada, ir remando em seco, ria‐se como uma perdida; e pôs‐se a saltar, a divertir‐se; e a tartaruga ia‐se adiantando. Olá! camarada, disse lhe a lebre, não te canses assim! que galope é esse? Olha que eu vou dormir um poucachinho. E se bem o disse, melhor o fez; para escarnecer da tartaruga, deitou‐se, e fingiu dormir, dizendo : Sempre hei de chegar a tempo. De súbito olha; já era tarde; a tartaruga estava na meta, e vencedora lhe retribuia os seus chascos : Que vergonha! uma tartaruga venceu em ligeireza a uma lebre! MORALIDADE. ‐ Nada vale correr; cumpre partir em tempo, e não se divertir pelo caminho. ( ROCHA, Justiano José.2002. p.32 )
Devemos ter a consciência que só se ganha uma disputa o que tem e usa seu talento e coragem para vencer e não aqueles que possuem apenas essa qualidade natural de velocidade .
4.4 O PASTORZINHO E O LOBO
Um Jovem Pastor de ovelhas, encarregado que fora de tomar conta de um rebanho perto de um vilarejo, por três ou quatro vezes, fez com que os moradores e donos dos animais, viessem correndo apavorados ao local do pasto, sempre motivados pelos seus gritos: "Lobo! Lobo!". E quando eles chegavam ao pastoreio, imaginando que o jovem estava em apuros com o Lobo, encontravam-no zombando do pavor que estes demonstravam. O Lobo, entretanto, por fim, de fato se aproximou do rebanho. Então, o jovem pastor, agora realmente apavorado, tomado de pavor, gritava desesperado: "Por Favor, venham me ajudar; o Lobo está matando todo o rebanho!". Mas, ninguém deu ouvidos aos seus gritos. Moral da História: Ninguém acredita em um mentiroso, mesmo quando fala a verdade. ( Esopo . Fábulas Ilustradas,2000-2001)
A Fábula nos ensina a não mentir , pois toda mentira gera uma consequência cruel á seu praticante e ao grupo ao qual ele convive. Nessa história , um garoto sempre menti para pastores experientes que um lobo se aproxima e sempre é mentira até que eles se irritam de vez e nunca mas ajudam o menino, resultado da mentira, uma morte cruel , e quem o comeu, foi o lobo, ou seja a mentira se tornara real , na pior maneira possível.
4.5 O LEÃO E O LENHADOR:
Essa Fábula, nos ensina á não colocar qualquer desejo sentimental e amoroso acima de nossa essência que define quem somos nós de verdade, ao tirar sua coroa , ao cortar a sua juba ,suas unhas , o Leão nega a sua natureza de rei dos animais e de animal feroz e passa a ser um simples gato doméstico e então rejeitado pelo pai da menina , pois não quer um genro manso e submisso , pois não vira mas nele o Leão que era robusto e bravo , a menina que era delicada e meiga , não queria ter um marido fojo que não pudesse a defender, pois toda a tentativa de O Leão se amado pela essa moça saiu pela gulada, pois negara a sua natureza, não servindo mas para nada , de um sublime rei das selvas que já foi, agora é um simples gatinho domestico.
Um Leão pediu a filha de um lenhador em casamento. O Pai, contrariado por não poder negar, já que o temia, viu também na ocasião, um excelente modo de livrar-se de vez daquele incômodo. Ele disse que concordaria em tê-lo como genro, mas com uma condição; Este deveria deixar-lhe arrancar suas unhas e dentes, pois sua filha tinha muito medo dessas coisas. Feliz da vida o Leão concordou. Feito isso, ele tornou a fazer seu pedido, mas o lenhador, que já não mais o temia, pegou um cajado e expulsou-o de sua casa. Assim, vencido, ele retornou à floresta. Moral da História: O amor é capaz de amansar a mais selvagem criatura. Todos os problemas, quando examinados de perto, acabam por revelar sua solução. ( Esopo . Fábulas Ilustradas,2000-2001)
4.6 O CÃO E A MASCARA:
O Cão e a máscara, revela que a aparência física é inferior á aparência intelectual e moral, a sociedade não precisa apenas de rostos bonitos, primeiro pelo fator genético, há pessoas que nascem bonitas e outras feias e o fator médico pessoas que fazem cirurgias plásticas , no entanto não se critica o caráter do ser humano pela sua aparência física pois pode ser natural ou artificial, porém que as pessoas devem ser avaliados para se empregado ou líder de empresas, cargos eclesiásticos pela sua intelectualidade, conhecer e praticar os ensinamentos de livros jurídicos e eclesiásticos em sua vida social , para então advogar causas ou doutrinar pessoas e pela sua moral, ter humildade , seriedade, espirito de liderança , espirito de equipe, espirito reflexivo e critico etc.
Procurando um osso que roer, encontrou um cão uma máscara: era formosíssima, e de cores tão belas quão animadas; o cão farejou‐a, e reconhecendo o que era, desviou-se com desdém. A cabeça é de certo bonita, disse; mas não tem miolos. MORALIDADE: Sobram neste mundo cabeças bonitas, porém desmioladas que só merecem desprezo (ROCHA, Justiano José. 2002, p.10)
4.6 O PAVÃO E JUNO:
A Fábula, O Pavão e Juno, é afirmado que não devemos questionar as características espirituais e físicas dadas a nós pela natureza, se uns receberam o dom de cantar, que aperfeiçoe seu dom com treinos vocais, se recebeu o dom da beleza interior e exterior , aperfeiçoe esse dom cuide de sua pele, tome banho todos dias, use xampu e condicionador , se seu dom é ser professor aperfeiçoe esse dom, lendo e interpretando a literatura especializada sobre os diversos conhecimentos humanos e para então usa-los em sala de aula.
Um formoso pavão excitava com a beleza das suas penas a curiosa atenção de alguns homens que o estavam admirando, e que lhe não poupavam gabos. Súbito ouviram estes o cantar de um rouxinol, e logo tudo esquecendo, procuram chegar‐se para o lugar de onde partiam tão suaves melodias. Abandonado, o pavão encheu se de raiva, e queixoso foi ter com Juno. Porque há de um passarinho, feio e sem graça, cantar melhor do que eu; porque me não deste a voz do rouxinol? perguntou, Não sejas ingrato, respondeu lhe Juno; cada animal tem suas prendas, nenhum tem tudo; à águia coube a força, ao rouxinol a voz, a ti essa plumagem recamada de estrelas e de esmeraldas; não és dos mais mal aquinhoados. ‐ Sim; mas quisera cantar como o rouxinol, tornou o pavão. MORALIDADE. ‐ Poucos se contentam com o que têm, todos invejam o alheio, e assim se fazem desgraça.(ROCHA, Justiano José.2002,p.11 )
4.8 O LEÃO E O RATO:
0 Leão e o Ratinho divulgam alguns pontos sociológicos e os psicológicos ,como a posição social e político de rei do Leão por isso arrogante mas do que um monarca, um ditador que se achava o dono e não administrador do reino se contrasta com a posição social e política do súdito rato, humilde porém ousado e corajoso, humilde por respeitar a autoridade do Rei Leão, ousado por acreditar que poderia ajudar o soberano da selva e corajoso por cumprir a sua missão salvando o leão e mostrando que amizade entre seres tão diferentes por causas naturais e políticas podem ser construídas.
Pôs‐se a dormir um leão; uns ratos, cheios de imprudente intrepidez, vieram brincar ao redor dele, e com os seus saltos o acordaram. Todos, fugiram; um único, por mais descuidado, ficou no poder do leão. Felizmente é nobre como um rei, o rei dos animais; condoído dos sustos do mísero ratinho, desdenhou tão mesquinha vingança, e soltou o animalejo. Dai a dias, andando desprevenido, deixou‐se o leão enlear em uma rede, e sem embargo da sua força, estava no poder dos caçadores. O ratinho soube deste desastre, e logo foi ter com o seu benfeitor, para retribuir‐lhe o favor que dele recebera. De feito, agarrou‐se à rede e com tal diligência pôs‐se a roer malhas e cordéis, que logo o leão pôde desenlear‐se, e voltar para suas brenhas. MORALIDADE. ‐ Uma boa ação nunca fica perdida. Não há quem, por mísero insignificante, não tenha sua hora de força e valimento. (ROCHA, Justiano José.2002, pp.20-21)